22 de setembro de 2021
Fonte: G1
Empresa EV Brasil assinou protocolo com governo do estado para instalar primeiro projeto do tipo no país, nesta terça-feira (21). Investimento inicial é de R$ 12,5 milhões.
Maior produtor de energia eólica do país, o Rio Grande do Norte deverá estocar energia produzida pelo vento. O governo assinou protocolo com a empresa EV Brasil Consultoria para isso nesta terça-feira (21).
O documento prevê a instalação de um projeto de armazenamento de energia verde em larga escala – o primeiro do tipo no país e na América Latina.
O investimento no projeto-piloto será de aproximadamente R$ 12,5 milhões, segundo o governo. O acordo prevê o suporte do estado na interlocução com fornecedores e compradores de energia, além dos órgãos responsáveis pelo sistema nacional de energia. Também será estudado o local ideal para implantação do projeto.
A estrutura deverá ter 120 metros de altura e, quando concluída, terá capacidade de armazenar aproximadamente 400 megawatts de energia, o que representa quase 10% da atual capacidade de produção de energia eólica do estado. A estrutura deverá operar por 35 anos.
“A previsão para construirmos a torre é de oito a dez meses e a nossa ideia é começar já no início do próximo ano, mas isso ainda depende dessas definições”, explicou João de Deus Fernandes, diretor executivo da EV Brasil, que representa a Energy Vault no país. De acordo com ele, no futuro, os investimentos poderão chegar a “centenas de milhões” de reais.
Como funciona
De acordo com Fernandes, o projeto funciona com “armazenamento gravitacional” – ou seja, a energia elétrica é transformada em energia cinética e gravitacional (relacionadas ao movimento dos objetos e à força da gravidade). Veja o passo a passo:
Ele ainda explica que a tecnologia substitui baterias químicas, que não duram tanto tempo e podem gerar resíduos tóxicos para o meio ambiente.
Serve para quê?
De acordo com Hugo Fonseca, coordenador de Desenvolvimento Energético da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte (Sedec), o armazenamento pode garantir o fornecimento de energia nos horários em que a produção da energia é menor e mais cara, por também ter mais demanda – entre 17h e 21h.
Atualmente, a energia é lançada no sistema logo que é produzida e não é armazenada em nenhum lugar. Porém, no horário de maior consumo, à noite, a produção de energia solar, por exemplo, não existe.
“Essa torre consome energia no momento que você tem menor custo e pico da produção, e pode jogar essa energia de volta para o sistema no momento em que o consumo e o custo da energia é maior”, afirma.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, considerou a iniciativa um “divisor de águas”. “Estamos iniciando uma nova era de economia descarbornizada. Isso é pauta mundial e o que há de mais moderno, porque os países estão investindo em energia renovável e o pico da produção de energia não é no pico de consumo”, comentou.
O diretor da EV Brasil, João de Deus, considerou que quanto maior for a expansão da matrizes energéticas limpas e da capacidade de armazenamento dessa energia, menos o sistema dependerá das hidrelétricas.
“Quanto mais crescerem as matrizes eólica e solar, e as outras limpas, mais vamos precisar de armazenamento”, pontuou.
Durante a assinatura do protocolo, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), destacou que o estado é o maior produtor nacional de energia eólica do país, com mais de 5 GW de capacidade instalada. Também lembrou que o estado é pioneiro no desenvolvimento de projetos de produção de energia eólica em alto mar.
“Agora, temos mais esse pioneirismo que é ser o primeiro estado do Brasil e o primeiro país na América Latina a implantar esse projeto de armazenamento de energia limpa em larga escala. O Rio Grande do Norte está avançando em novas soluções, do ponto de vista tecnológico, para avançar na segurança do sistema elétrico. E isso ganha uma importância ainda maior considerando essa crise do sistema elétrico a nível nacional, com ameaça de apagão”, disse.
A governadora ainda lembrou que a ex-presidente Dilma Rousseff foi alvo de críticas, na época de seu governo, ao falar sobre “estocar vento”, no sentido de armazenar a energia produzida pelo vento.
“Na verdade, naquele momento, foi um motivo de deboche com todo caráter misógino que envolvia aquelas críticas à presidente Dilma, na medida em que queriam, pelo fato de ela ser mulher, mostrar uma mulher despreparada, desqualificada. Está ai a história, mais uma vez, fazendo justiça a ela”, afirmou a governadora.
A assinatura do protocolo foi acompanhada por representantes das federações empresariais do estado, além de universidades públicas.
Veja + G1.COM
Input your search keywords and press Enter.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |